Pular para o conteúdo principal

ANUNCIO

CRESCE O NÚMERO DE SENTENÇAS NO RIO GRANDE DO NORTE

Odinei Wilson Draeger, juiz da 1ª vara cível da comarca de
São Gonçalo do Amarante: pilhas de documentos não cabem no gabinete

A Justiça tem reduzido o tempo de espera na fila dos réus. Embora o número de processos ajuizados nas comarcas e tribunais do Rio Grande do Norte seja maior a cada ano, a quantidade de sentenças também segue uma curva ascendente. De acordo com um levantamento feito a pedido do NOVO JORNAL junto ao Tribunal de Justiça, Tribunal Regional do Trabalho e Justiça Federal, 116.854 ações foram sentenciadas em 2004 enquanto 260.389 processos receberam o veredicto em 2012, um crescimento de 122% em nove anos.

Em São Gonçalo do Amarante, o juiz da 1ª vara cível da comarca do município, Odinei Wilson Draeger, é um dos dez magistrados mais sobrecarregados do estado. Só na comarca dele são 6.578 ações. Há um ano e meio a situação era ainda pior. Em janeiro de 2012, Odinei chegou a ser responsável por 9.139 processos. O mais antigo deles data de 1969 e envolve um inventário familiar disputado na Justiça. Nesses casos, ou a briga acontece entre os herdeiros ou o processo para por falta de movimentação da família. Nas ações de inventário, o detalhe é que não é permitido arquivar a ação por falta de interesse dos parentes.

As pilhas de documentos não cabem no gabinete dele e tomaram as quatro paredes da sala de audiências. O cenário serve como tratamento psicológico a quem participa da audiência. “Quando as partes (acusação e defesa) entram na sala e vêem a quantidade de processos ao redor fazem uma cara de espanto e ficam por dentro da situação”, comentou.

De janeiro de 2012 até julho de 2013, Odinei Draeger conseguiu resolver 2.561 processos, número equivalente a 30% das ações. A fórmula encontrada, segundo ele, foi seguir as regras que todo juiz deveria seguir. “Quando cheguei, cerca de 30% das ações eram de revisão de contrato, processos mais simples. Eram ações em que um cidadão comprava um carro financiado e questionava a taxa de juros depois. Também tinha vários processos de adjudicação compulsória, que tem um modelo único de sentença para todas as ações. Esses mais simples eu juntei e a análise saiu mais rápida”, disse.

O magistrado explica, porém, que nem todos os processos devem ter essa celeridade. Quando é necessário ouvir as partes, fazer diligências e analisar os documentos com mais calma, a demora é normal e necessária para evitar erros de avaliação.

A forma de pressão do Conselho Nacional de Justiça para o cumprimento das metas pelo magistrado é criticada pelo juiz Odinei Draeger. Para ele, tão importante como a quantidade é a qualidade. E hoje, avalia o magistrado, o CNJ só tem olhas para a redução numérica das ações.

Questionado se tem medo de ser penalizado pelo conselho por conta do excessivo número de processos, ele diz que não. “Não tenho de receber pena. A questão da produtividade é relativa. Não pode ser a quantidade, o CNJ tem que se pautar pela qualidade das decisões também sob pena dessa pressão forçar erros de juízes. Mas medo não tenho. Se eu for penalizado com a produção que eu tenho, pode fazer fila”, disse confiante no trabalho que vem realizado há dois anos em São Gonçalo do Amarante.
NOVO JORNAL

Comentários

ANUNCIO

Postagens mais visitadas deste blog

VACCAREZZA: ESTOU TRABALHANDO PARA QUE A PEC 300 NÃO SEJA VOTADA

O líder do Governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), participou do programa "Poder e Política - Entrevista" conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues no estúdio do Grupo Folha em Brasília, gravado em 31.ago.2011. Folha: No caso do piso salarial para policiais, bombeiros, etc... Cândido Vaccarezza: Isso é outra coisa... Não há clima para votar e a PEC 300 tem um problema original que é o seguinte: os policiais são importantes para a segurança, são fundamentais, mas são funcionários públicos estaduais. O governo federal só pode entrar subsidiariamente numa decisão estadual. Como é que a Câmara dos Deputados decide que o salário que vai ser pago no Acre...? Folha: Ou seja, a PEC 300 não deve ser votada? Cândido Vaccarezza: Eu estou trabalhando para isso. Editado por Cabo Heronides

GOVERNO DO RN ENVIA À AL PROJETO DE LEI QUE CRIA NOVA CONDIÇÃO PARA PROMOÇÃO A CORONEL E ESQUECE OS PRAÇAS

A Governadora do Estado, Rosalba Ciarlini, encaminhou à Assembléia Legislativa um Projeto de Lei que estabelece uma nova forma de promoção ao posto de Coronel PM. Caso seja aprovada, o tenente-coronel que possuir no mínimo 30 anos de exercício da função policial militar, tenha figurado três vezes em Quadro de Acesso por Merecimento, seja excedente ao Quadro de Oficiais e que esteja preste a ser transferido para a reserva remunerada. Será promovido ao posto de coronel, mediante decreto do governador. Enquanto isto, o soldado, cabo ou sargento que for para reserva, após ter servido a sociedade durante 30 anos e ter atendido ocorrências e arriscado a vida (devida à função) mais que todos os oficiais juntos, não são promovidos a nada. Estes policiais devem ser mais valorizados e reconhecidos, pois são estes que entregam a vida à sociedade. O candidato que entra como oficial tem a perspectiva de chegar no mínimo ao posto de Major, já entrando como praça o mesmo não passará de soldado. Po