Pular para o conteúdo principal

ANUNCIO

HOMICÍDIOS ATINGEM MAIS JOVENS NA CAPITAL


A falta de políticas de inclusão e de assistência social para jovens pobres contribui para o crescimento de 267% nos índices de homicídios com vítimas entre 15 e 24 anos de idade em Natal, de 2001 a 2011. A constatação e os números são do Mapa da Violência 2013: Homicídio e Juventude no Brasil, estudo publicado ontem pelo Centro de Estudos Latino-Americanos (Cebela) com base no Subsistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.

A avaliação do Mapa converge com a do professor doutor em Ciências Sociais Edmilson Lopes Júnior, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). “Falta segurança, educação, saúde e outras assistências básicas”, exemplificou. Segundo o estudo, o aumento dessa violência se deve principalmente à “omissão da sociedade e do Poder Público em relação aos jovens, especialmente os que moram nos chamados pólos de concentração de mortes, no interior de estados mais desenvolvidos; em zonas periféricas, de fronteira e de turismo predatório; em áreas com domínio territorial de quadrilhas, milícias ou de tráfico de drogas; e no arco do desmatamento na Amazônia que envolve os estados do Acre, Amazonas, de Rondônia, Mato Grosso, do Pará, Tocantins e Maranhão”. De toda forma, Edmilson Lopes também cobrou a atuação das forças da segurança pública do Estado para coibir esses índices. “Faltam também políticas de prevenção de crimes e planejamento futuro”, reclamou.

Nesta década, a capital potiguar registou um aumento de 267,3% nos crimes contra a vida de pessoas com idades entre 12 e 24 anos. No Brasil, o total de homicídios cresceu 8,9%. Segundo o Mapa da Violência, em 2001 foram 52 assassinatos contra jovens em Natal, quando em 2011 as ocorrências subiram para 191. O estudo também aponta o RN como líder da lista dos estados em que houve maior crescimento de assassinatos contra adolescentes, com um aumento de 99 para 409 (313,1%) no mesmo período. Seis estados nordestinos e dois da região Norte aparecem entre os dez primeiros dessa listagem. A região Nordeste foi onde os números mais cresceram: 81,3%.

O Mapa diz que isso ocorreu principalmente pelo elevado aumento dos assassinatos em Natal e Salvador.
  
Impunidade
O juiz da 3ª vara da Infância e da Juventude de Natal, Homero Lechner, atentou também para a necessidade de se melhorar os Centros de Educação (Ceducs) para a ressocialização dos adolescentes em confronto com a lei. Lechner concorda com a indicação do Mapa acerca da impunidade como fator influenciador nas taxas de assassinatos. “A cultura da impunidade gera violência”, sentenciou.

O Rio Grande do Norte sofre com problemas estruturais no sistema sócio-educativo de adolescentes que cometeram delitos. Atualmente, quase todos os Ceduc estão interditados. O Centro que funciona no bairro de Nazaré, na zona Oeste, foi reaberto no início deste mês, mas até agosto, de acordo com Homero Lechner, deve atingir a capacidade máxima. “O Governo foi omisso e agora paga o preço com esses altos índices de assassinatos”, atacou o magistrado. Somente em 2012, 325 menores de 21 anos de idade morreram na capital potiguar. O juiz José Dantas, da 1ª vara da Infância e da Juventude, confirmou que, deste total, 70% foram vítimas de assassinato. Esses índices provocaram abertura de inquérito no MP para apurar a possível existência de um grupo de extermínio. Porém, segundo a assessoria do órgão, a Polícia Civil ainda não conseguiu resolver a maioria dos crimes, o que dificulta festabelecer qualquer relação entre eles. Em 2013 foram seis homicídios contra adolescentes fichados.
TRIBUNA DO NORTE

Comentários

ANUNCIO

Postagens mais visitadas deste blog

>> CÓDIGO DE CONDUTA PARA OS ENCARREGADOS DA APLICAÇÃO DA LEI

Algumas normas e tratados são muito citados em artigos, estudos e até em conversas informais, mas pouco conhecidos. Quem nunca ouviu dizer que algo é ou deve ser de algum modo, porque uma lei determina que seja, mas não sabe de que lei se trata? Um caso relevante se refere ao CCEAL, Código de Conduta para os Encarregados da Aplicação da Lei, uma referência muito comum quando se fala em ética profissional e direitos humanos na atividade policial. Tendo como pressuposto a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o CCEAL foi adotado pela Assembléia Geral das Nações Unidas, em sua resolução 34/169 de 17 de dezembro de 1979, e se trata de não mais que oito artigos descrevendo limitações principalmente à atuação de policiais. Apesar de simples, o que é dito pelo CCEAL ainda tem dificuldades de implementação nas polícias de todo o mundo, inclusive e principalmente nas brasileiras. Abaixo, a íntegra do Código de Conduta para os Encarregados da Aplicação da Lei: ARTIGO 1º: Os funcionário...

SUBSÍDIO APROVADO

Acaba de ser aprovado, à unanimidade, o Projeto de Lei Complementar que dispõe sobre o subsídio dos militares do Estado, que chegou à Mesa Diretora no final da sessão dessa terça-feira (13). Na ocasião, o presidente da Casa, deputado Ricardo Motta, solicitou aos líderes partidários a dispensa de tramitação para que a matéria fosse votada nesta quarta (14). O projeto estabelece o regime remuneratório para os Policiais Militares e Bombeiros Militares, a partir de reivindicação e consenso entre o comando das Corporações e as associações representativas dos praças e dos oficiais. A medida estipula o subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória. O presidente da Casa, deputado Ricardo Motta, parabenizou os militares pelo espírito de união da categoria. Márcia Maia disse que toda a bancada do PSB votou favorável porque havia essa grande expectativa por parte destas categorias:...

>> HENRIQUE ALVES REAGE À PRESSÃO CONTRA PEC 300

A PEC 300 é criticada e condenada pelo Palácio do Planalto e a maioria dos governadores eleitos ou reeleitos, mas mesmo assim pode ser votada - e aprovada - graças ao PMDB. Segundo os jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo, o líder peemedebista na Câmara, deputado potiguar Henrique Eduardo Alves, é um dos principais defensores da emenda. Ele foi ontem à tribuna reafirmar a disposição do partido de aprová-la, como conta a Folha, e, conforme informação do Estadão, reagiu furiosamente à pressão para retirar a PEC de pauta em um encontro na casa do presidente Michel Temer. "Não venha nos impor esse vexame" , disse o parlamentar do Rio Grande do Norte. Por: Luis Fausto Fonte: Nominuto