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EXONERAÇÃO DE CORREGEDOR DA SESED GERA ESPECULAÇÕES

A exoneração de Francisco de Sales Felipe do cargo de corregedor-geral da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (SESED), durante viagem sua a Brasília para uma audiência na Secretaria Nacional de Direitos Humanos, gerou muitas especulações. O secretário estadual de Segurança Pública e Defesa Social, Aldair da Rocha, não deu declarações sobre o afastamento do corregedor. Por meio da assessoria de imprensa, informou apenas que Sales "não estava atendendo às expectativas da Secretaria".

Francisco Sales viajou, no dia 12 deste mês, a Brasília para uma audiência com a ministra Maria do Rosário para tratar de assuntos relativos à Segurança no Estado. Uma fonte da Secretaria de Segurança comentou que Francisco Sales estaria sendo "escanteado" na Sesed, possivelmente por ser visto como suspeito pelo vazamento de informações acerca de investigações sobre o envolvimento de policiais em crimes, o que teria desagradado a alta cúpula.

A decisão da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) exonerando Francisco de Sales do cargo foi publicada na edição do dia 13 deste mês do Diário Oficial do Estado (DOE). Francisco de Sales havia assumido o cargo após Alexandre Henrique Pereira pedir para deixar a função no mês de agosto do ano passado. "O Governo está estudando um novo nome, enquanto isso, a corregedora auxiliar, Cecília Maria de Oliveira Godeiro, responderá pela corregedoria", informou a assessoria de imprensa da Sesed.


PRESSÃO
A saída de Francisco de Sales ainda está sob desconfiança. Existem suspeitas de que o ex-corregedor estaria sofrendo pressões dentro da Secretaria de Segurança. Ele seria o "suspeito n° 1" pelo vazamento de informações à imprensa acerca de investigações sobre o envolvimento de policiais em crimes, como no caso publicado por um jornal local, no dia 8 de abril, em que denúncias vindas da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República apontavam a participação de delegados em crimes como extorsão, assassinato e tráfico de drogas.

A atuação do corregedor teria desagradado integrantes da Segurança pública no RN. "Foram abertos dois inquéritos. Um para apurar quem fez a denúncia anônima na Secretaria de Direitos Humanos e outro para saber quem vazou a informação. E Francisco era o suspeito número um. Desconfiam de que foi ele, porque sabem que a denúncia estava escondida na Secretaria por mais de um ano e só chegou à corregedoria porque ele foi buscar", contou uma fonte à reportagem do Diário de Natal.

A única explicação da Sesed foi que o corregedor não atendeu as expectativas.

Promotor exige esclarecimentos para saída de corregedor
Para o promotor de investigação criminal Wendell Beetoven Agra, a exoneração de Francisco de Sales é uma grande perda para a segurança pública do Estado. "Ele tirou a corregedoria do estado de inércia em que se encontrava há muito tempo. Quem perdeu foi a segurança pública. Junto com a Polícia Militar, a corregedoria era a única que estava funcionando bem. Lamento muito esta atitude do Governo", comentou o promotor, que também é coordenador do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público do RN.

Ainda de acordo com Beetoven, a afirmativa do Governo de que o exonerado não cumpria as expectativas passa longe da realidade do trabalho feito pelo advogado, acompanhado de perto pelo promotor. "A relação de Francisco com o MP era excelente. Dizer que ele não estava cumprindo as expectativas é levantar uma questão: a segurança pública do RN está atendendo as expectativas, se está tão mal? Fico muito surpreso com a saída dele. Esta justificativa do Governo não está parecendo a verdade para mim. Se uma ida a Brasília, para a Secretaria de Direitos Humanos, não é aceita, algo está errado", afirmou o promotor, citando a viagem do corregedor até a SDH para audiência com a ministra Maria do Rosário.

Segundo informações não oficiais, Francisco teria ido relatar crimes cometidos por integrantes da segurança pública potiguar. O promotor ainda exigiu que os esclarecimentos fossem feitos em relação à exoneração. "Teve algum outro motivo para a saída de Francisco da Corregedoria. Eu e a sociedade queremos saber. É fato que investigação interna atrai reações corporativistas e um bom trabalho bate de frente com maus profissionais", pontuou Wendell Beetoven.

Ex-corregedor diz que a sua função era fazer o certo
"Quanto à exoneração, digo-lhe que só me honrou. Na administração pública, a relação de confiança é para que façamos o certo, nunca o errado". Foi dessa forma que o ex-corregedor da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (SESED), Francisco de Sales Felipe, falou de sua exoneração do cargo, no dia 13, fato que repercutiu entre membros do Judiciário e de entidades ligadas aos Direitos Humanos no Rio Grande do Norte. De acordo com a assessoria de imprensa da Sesed, o corregedor teria sido exonerado por "não corresponder às expectativas da Secretaria".

O ex-corregedor confirmou que esteve em Brasília, na secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, no dia de sua exoneração. "Quanto à audiência, afirmo-lhe que fui bem recebido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República", afirmou, sem detalhar o motivo da audiência. Uma fonte da Secretaria de Segurança comentou que Francisco de Sales estaria sendo "escanteado" na Sesed por ser visto como suspeito pelo vazamento de informações acerca de investigações sobre o envolvimento de policiais em crimes, o que teria desagradado a alta cúpula.

Ao Diário de Natal, o ex-corregedor afirmou que requisitou ao Delegado Geral de Polícia (Fabio Rogério) que fosse instaurado o inquérito para apurar as denúncias de envolvimento de policiais em crimes. "O delegado geral tomou essa providência. Eis, portanto, a razão de o meu ato não ter atendido as expectativas dos gestores", disse. O promotor de investigação criminal Wendell Beetoven classificou a exoneração de Francisco de Sales como uma grande perda para a segurança pública do Estado. "Ele tirou a corregedoria do estado de inércia em que se encontrava há muito tempo. Quem perdeu foi a segurança pública. Junto com a Polícia Militar, a Corregedoria era a única que estava funcionando bem. Lamento muito esta atitude do Governo", comentou o promotor, que também é coordenador do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público do RN.

GAZETA DO OESTE

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