Pular para o conteúdo principal

ANUNCIO

A SEGURANÇA PÚBLICA DO BRASIL VAI PARAR

Para Guaracy Mingardi, analista criminal e professor da escola de Direito da FGV (Fundação Getúlio Vargas), e para o secretário executivo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, o Brasil deveria fazer uma “profunda reforma” em seu sistema de segurança, na qual o reajuste salarial das categorias seria apenas um dos pontos a serem implementados, mas não o único. Para começar, os analistas rejeitam o argumento da União e dos Estados de que falta dinheiro para a área. De acordo com Lima, em 2010, o Brasil gastou, em média, R$ 55 bilhões com segurança pública, quantia que seria muito melhor aproveitada se fossem repensados os gastos do setor. - O Brasil tem um sistema que gasta muito, mas que é caótico, pouco eficaz, e que paga muito mal seus policiais. O país investe, em média, 1,3% do PIB [produto interno bruto, ou a soma de todas suas riquezas] com a área da segurança. É o mesmo que a França gasta, mas os policiais franceses são mais bem pagos e as taxas de violência são bem menores.

Por quê? É algo pra gente pensar. De acordo com o levantamento mais recente do Fórum, cujos dados são de 2009, em ao menos 12 Estados e no Distrito Federal a taxa anual de assassinatos é acima da média nacional, que é de 25 mortes para cada 100 mil habitantes – número que vem diminuindo, mas que ainda precisa melhorar. Uma das soluções apontadas pelos especialistas para realizar gastos públicos mais eficientes com a área seria unificar as polícias Civil e Militar.

De acordo com Mingardi, o fato de o país ter duas corporações distintas, sob a tutela dos governos estaduais, “duplica os custos com pessoal e com infraestrutura”. Entretanto, a proposta não encontra apoio nem mesmo dentro das corporações, cuja rixa histórica não é segredo. - A unificação lenta das polícias diminuiria custos e aumentaria a eficiência. Mas ninguém quer falar nisso, inclusive as próprias polícias são contra. A rixa é muito grande e cada um dos dois lados tem medo de ser engolido pelo outro. Se a unificação ainda não é vista como uma alternativa, uma saída seria diminuir a hierarquia dentro das corporações, ou mesmo repensar no que cada uma poderia ajudar à outra, observa Lima.

- Deveríamos pensar em como organizar as polícias de uma forma mais racional, sem grandes conflitos de competência entre Polícia Civil e Polícia Militar e Polícia Federal. E também pensar em como adotar novas tecnologias, para sair do binômio efetivo-viatura.

Além disso, ressaltam, a questão salarial não é um problema apenas de quem está começando a trabalhar. Em grande parte dos Estados, falta um plano de carreiras e salários, ou seja, mesmo nos locais que pagam um piso salarial razoável, os policiais que estão há anos nas corporações veem seus salários aumentar muito pouco ao longo dos anos.

Colapso
Embora façam coro para destacar que a questão salarial não é o único problema do setor, os especialistas admitem que talvez ela seja a mais urgente. Para eles, a tentativa do governo federal e dos Estados de adiar a votação da PEC 300 pode se tornar um “tiro no pé”, visto o número de greves e protestos que têm ocorrido pelo país.

Em recente artigo, Mingardi alertou para um risco iminente de “apagão” na área, a exemplo do que ocorreu no governo FHC, que sofreu com o apagão do setor de energia, e no governo Lula, quando o problema maior foi o setor aéreo. Em entrevista ao R7, ele reforçou que, caso o Executivo não dê pelo menos um “sinal” às polícias, o governo Dilma pode enfrentar, em breve, um “apagão da segurança pública”.

- Se não houver uma satisfação para a polícia, você pode ter um apagão mais generalizado no ano que vem. Neste ano, nós tivemos vários focos de apagão, com greves e protestos. Mas se mostrarmos que a coisa está caminhando, é provável que no ano que vem a gente enfrente ma sequência de confrontos inédita.

POLITICACIDADANIAEDIGNIDADE

Comentários

  1. Elnatã Ferreira
    É provável que isso aconteça nos demais Estados do Brasil menos aqui no RN pois a pior virtude desse Estado é o excesso de passividade e de ingenuidade tanto das policias quanto dos cidadão que fazem questão de serem enganados ou aceitam qualquer acordo mesmo a redução dos salários para não entrarem numa paralisação. Cada um tem aquilo que merece ou colhe o que planta. Parabéns ao RN por essa virtude, o excesso de passividade...

    ResponderExcluir

Postar um comentário

ANUNCIO

Postagens mais visitadas deste blog

GOVERNADORA GARANTE SUBSÍDIO PARA OS POLICIAIS E BOMBEIROS MILITARES

A governadora Rosalba Ciarlini anunciou na manhã desta quinta-feira, 25, no Quartel do Comando Geral da PMRN, que o governo irá transformar os salários dos Policiais e Bombeiros Militares em subsídio, buscando a sua equiparação com as outras categorias da segurança pública do estado. Ela explanou que esta mudança irá começar a acontecer a partir de 2012 de forma parcelada. Pois não pode realizar de forma imediata. Resta-nos apoiar as pessoas que estão à frente das nossas reivindicações, cobrando agilidade em todas as negociações e estudos, para que a Lei do Subsídio seja encaminhada a Assembleia Legislativa até outubro de 2011 e possa desta forma entrar no orçamento do estado em 2012. No final da manhã, centenas de policiais e bombeiros militares realizaram uma passeata até a sede do governo para comemorar o Dia do Soldado e agradecer a atenção da governadora Rosalba Ciarlini. Em breve divulgaremos o vídeo do pronunciamento da governadora Rosalba Ciarlini no Quartel do C...

GOVERNADORA PEDE TEMPO AOS 824 SUPLENTES DA PMRN

Boa parte dos 824 aptos da PM-RN esteve presente na formatura dos novos 103 soldados em Mossoró-RN, na ocasião como forma de serem vistos pelo governo para sensibilizar e assim poderem dar continuidade as etapas "exames de saúde e curso de formação". A governadora Rosalba Ciarlini agiu com muita simpatia e pediu tempo aos candidatos, sendo aplaudida pelos mesmos e deixou bem claro na sua expressão que a continuidade das etapas irá ocorrer. Estes 824 suplentes, já realizaram o exame físico e aguardam tão somente o exame médico e o curso de formação. A falta de efetivo nas unidades operacionais está prejudicando bastante a prestação do serviço de segurança pública a sociedade, e a formação de novos 824 policiais irá solucionar este problema. Escrito por Cabo Heronides.

"NÃO TENHO REMORSO"

Sargento Danúbio Velloso Ele bem que avisou. “Rapaz, não precisa fazer isso. Pega minha bíblia do chão. Devolve pra mim” . Além de não lhe darem ouvidos, seus raptores fizeram pior: pisaram na escritura. Debocharam. Fizeram pouco caso. Desrespeitaram sua religião. Agora, além de terra e lama, há manchas de sangue no livro sagrado. Sangue dos dois jovens que não obedeceram e foram mortos. Não foi por este motivo que Daniel Lima da Silva, de 16 anos, perdeu a vida. Muito menos seu comparsa, um rapaz que só foi identificado até o momento como Queixinho. Ambos foram baleados fatalmente porque raptaram um policial do Batalhão de Operações Policiais Especiais, o BOPE. Tudo aconteceu na noite da última sexta-feira. Porém, foi somente ontem, com exclusividade ao NOVO JORNAL, que o 2º sargento Danúbio Velloso de Castro Filho, de 42 anos, concordou em falar sobre os momentos de angústia por que passou. “Tive muito medo. Quando eles me levaram para o meio do mato eu tinha certeza que iria m...