Um policial militar foi preso na manhã deste ultimo domingo (23) e outro morto com um tiro na cabeça. Os dois participaram, durante a madrugada, de uma tentativa de roubo frustrada a uma distribuidora de bebidas localizada às margens da Rodovia do Peixe, em Rondonópolis.
De acordo com o comandante do 5° Batalhão de Polícia Militar de Rondonópolis, major Moura, os três dos envolvidos no crime são policiais militares. Genival Ferreira de Souza, de 29 anos, há sete na PM, foi preso em flagrante e confessou sua participação e ainda apontou detalhes da ação e o nome de mais policiais participantes.
Julierne Franklin Anacleto, de 28 anos, foi encontrado morto na Avenida João XXIII, às margens do córrego Canivete, no bairro Jardim Luz D’Ayara. Ele foi ferido durante a tentativa de assalto, mas a Polícia acredita que posteriormente foi executado pela própria quadrilha, já que teria que ir a um hospital e o esquema seria descoberto.
Um terceiro policial militar envolvido no crime está foragido. Identificado apenas como soldado Duarte, ele foi apontado pelo soldado Ferreira em seu depoimento. Segundo o policial preso, Duarte teria feito um convite a ele para participar do assalto. Ferreira teria aceitado, pois assim iria quitar uma dívida com Duarte.
O assalto
Ao chegarem à distribuidora, por volta de 4h30, os assaltantes foram recebidos por dois vigilantes a tiros. De acordo com os vigias, o grupo era formado por cinco homens, todos encapuzados. Os vigias se esconderam em uma sala e ligaram para o 190. O soldado Franklin conseguiu fugir, mas os vigias acreditam que ele estava ferido. O soldado Ferreira foi preso ainda no local pela Polícia Militar.
Um pouco mais tarde, a PM recebeu via 190 a informação sobre um corpo jogado às margens do córrego Canivete. Conforme as primeiras investigações da Polícia Militar e Civil, o soldado pode ter sido executado, pois estava ferido com um tiro na cabeça, disparado a queima roupa de pistola calibre 380 ou 765.
A Polícia acredita ainda que sua execução aconteceu em outro local e o corpo foi deixado próximo ao córrego propositalmente, já que é circunscrição da Delegacia da Vila Operária que tem menos efetivo e apenas um investigador.
A Polícia também já sabe que um veículo Ranger foi utilizado na ação criminosa. Seu proprietário esteve nesta manhã no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) para registrar o furto da camionete.
No entanto, o homem permaneceu detido, pois segundo investigação anterior da Polícia Militar, ele teria emprestado o carro para um policial há cerca de uma semana. Já é de conhecimento também que o veículo era conduzido pelo soldado Duarte.
Terceiro policial da gangue de PMs que roubou distribuidora se entrega
O soldado Ricardo Duarte Neves, 33 anos, acusado de integrar uma quadrilha de policiais em Rondonópolis (200 km de Cuiabá), se entregou nesta segunda-feira (24), por volta das 5 horas, acompanhado de seu advogado. Ele foi denunciado pelo comparsa Genival Ferreira de Souza, 29 anos, que foi preso ontem (23) pela PM. A gangue era composta por três policiais que tentaram roubar uma distribuidora de bebidas na cidade, um deles foi encontrado morto depois da tentativa frustrada.
Em depoimento, Ferreira disse que Duarte foi quem o teria convidado para cometer o assalto, para quitar uma dívida. Eles chegaram ao estabelecimento comercial por volta das 4h30 e trocaram tiros com dois vigilantes, que trabalhavam no local.
Comando da PM afirma que policiais assaltantes já eram investigados
O comandante da Polícia Militar na região Sul do Estado, coronel Valdivino Tavares Pimentel, afirmou na manhã desta segunda-feira (24), durante entrevista coletiva, que a Polícia Militar e a Polícia Judiciária Civil já haviam recebido várias informações sobre supostos crimes praticados pelos policiais militares envolvidos na tentativa de assalto a uma distribuidora da Coca-Cola, na madrugada deste domingo (23), em Rondonópolis.
No entanto, apesar das denúncias, não havia nada materializado que justificasse um pedido de prisão ou autuação em flagrante dos policiais, explicou o comandante. Nesta segunda-feira, o Comando Regional irá instaurar um processo administrativo para investigar o caso. Já o Comando-Geral da Polícia Militar de Mato Grosso vai ainda analisar as informações já colhidas e repassar para a Corregedoria-Geral da Polícia Militar, que vai avaliar a instauração do Conselho de Disciplina que visa a expulsão dos servidores. Eles também vão responder pelos atos na esfera civil.
Nesta madrugada, o terceiro policial militar envolvido no crime se apresentou no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc), acompanhado de seu advogado. Ricardo Duarte Neves, 33 anos, o soldado Duarte, se reservou ao direito de só falar em Juízo. Ele foi delatado pelo colega policial Genival Ferreira de Souza, 29 anos, que também faz parte da quadrilha e foi o único preso pela Polícia Militar logo após o crime.
Com relação à morte do terceiro policial militar envolvido, o soldado Julierne Franklin Anacleto, 28 anos, o comandante declarou que a possibilidade dele ter sido executado é grande. “Ele deve ter saído do local do crime baleado, mas ele levou um tiro depois e ele não morreu naquele local (próximo ao Córrego Canivete, onde o corpo foi encotrado). Mas as investigações estão em andamento, aí é o trabalho da Perícia, um trabalho técnico que lá na frente vai subsidiar o processo com as informações levantadas. Mas a Polícia Militar trabalha com essa hipótese dele ter sido assassinado também”, disse.
Outros crimes
Conforme o coronel, outros crimes como o de roubos a caixas eletrônicos podem ter envolvimento de um dos integrantes da quadrilha, que não é policial. José Leandro da Silva, segundo informações da Polícia, conhece os procedimentos para armar e desarmar alarmes de caixas eletrônicos. Ele foi preso neste domingo e reconhecido pelo soldado Ferreira como mais um dos integrantes. O comandante ressaltou que desconhece o envolvimento nesse tipo de crime de alguns dos policiais.
Conforme Valdivino, as investigações continuam no sentido de encontrar mais integrantes da gangue. “Não somente PM’s, como pessoas do povo também. Já que nesse primeiro momento a camionete utilizada no crime não é de policial e outra pessoa que tem participação direta no crime também não é policial. Então poderá haver outras pessoas envolvidas no crime que não são da Polícia”, pontuou.
Os policiais Genival e Ricardo serão transferidos nesta segunda para o Presídio Militar em Santo Antônio do Leverger. Os três policiais envolvidos estavam há mais de sete anos na Polícia Militar e entraram na mesma turma, em outubro de 2003. O comandante regional avaliou a situação como muito negativa, mas ressaltou a importância do trabalho realizado pela PM na prisão dos assaltantes, mesmo sendo policiais.
“A avaliação é muito negativa, isso é péssimo, é inadmissível. Mas eu volto a frisar a importância da corporação em dar uma pronta resposta. A partir do momento que a Polícia foi acionada, ela encontrou esse policial militar (soldado Ferreira), prendeu, fez o flagrante, levou até a autoridade policial com todas as informações. Era colega de trabalho, que estava trabalhando no presídio da Mata Grande. Não gostaríamos que isso tivesse ocorrido, mas ocorreu o fato e as providências foram tomadas”, declarou.
Fonte: Olhar Direito
Isso sirva de exemplo para a PM-RN, tem que ser feito uma investigação sobre o passado e o presente daqueles que querem entrar na polícia, evitando-se assim o ingresso de bandidos na gloriosa.
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ResponderExcluirConcordo com Misael A maioria dos bandidos que existem na PM eles já entram bandidos na gloriosa isso mostra a falha grande que existe na seleção desses novos policiais ; acho que a corregedoria da PM junto com a policia civil deveria fazer um trabalho investigativo na vida pregressa desses indivíduos antes deles entrarem na instituição.
ResponderExcluirconcordo com os colegas acima, e acredito que dentro do próprio edital de concurso deve haver respaldo para que esses novos pretendentes a função policial devam passar pelo crivo de investigações pessoais mais detalhadas afim de não permitir o ingresso de pessoas com desvio de conduta nas policias.
ResponderExcluirNeriberg
Nada justifica um crime dessa natureza.No entanto, uma curiosidade me chamou a atenção: aqui no RN um soldado ganha R$ 1.818,00, enquanto um coronel ganha R$ 8.436,00. Lá em Mato Grosso é R$ 1.785,00 e 13.971,00, respectivamente.(www.salariospm.xpg.com.br)
ResponderExcluirInfelízmente um fato desses vem denegrir o nome da PM, mais em compensação mostra q bandido é bandido não importa se ele esteja fardado ou não e q o salário do pecado é a morte, ou seja, como qualquer um, todos estão sujeitos a pagar pelos seus erros e delitos.
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