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>> ATUALIZADA - SARGENTO EMANUEL ESCLARECE AÇÃO QUE RESULTOU EM MORTES NO MIDWAY

O sargento PM Emanuel Flor ajudou na manhã de hoje (21) a esclarecer a ação policial que resultou nas mortes do soldado Márcio do Nascimento Costa, de 32 anos, e do jovem Diego Nascimento dos Santos, 23. Segundo o sargento, a arma que portava caiu depois que ele e o soldado tiveram que usar a "força necessária" para tirar Diego de dentro do ônibus.

"Estava fazendo o patrulhamento de rotina quando o motorista do ônibus cortou luz e pedimos para que ele parasse. Perguntamos qual era o problema e ele contou que esse Diego estava fazendo baderna no ônibus, não tinha pago a passagem e se recusava a descer do transporte", revelou o sargento.

Nessa situação, o policial contou que teve que usar a força para que o baderneiro descesse, mas ele, mesmo assim, não desceu. "Ele falava: 'não vou descer e quero ver vocês me tirarem daqui'. Só podia estar sob efeito de algum entorpecente, porque quem ja viu alguém desafiar assim dos PMs?", questionou o sargento.

Com o auxílio de M. Costa e do outro soldado, que estava como motorista da viatura, mas que foi até a porta do ônibus para ajudar a tirar Diego de lá, o baderneiro desceu. "Foi nesse momento que ouvi alguém dizendo: 'a arma caiu'. Quando vi, já foi ele atirando contra mim e, depois, contra M. Costa. Então, saiu correndo e o outro soldado foi atrás e conseguiu pará-lo. Foi tudo muito rápido. A ação não durou 10 segundos".

No chão depois de ser baleado, o sargento conta que ouviu M. Costa dizendo que havia sido atingido também. "Disse a ele para sentar do meu lado e respirar, porque o socorro estava chegando. As últimas palavras que ouvi dele foram: 'sargento, não estou bem'. Depois disso, fui levado para o (hospital) Walfredo Gurgel e lá recebi a notícia que ele havia morrido".

Em quase 19 anos de PM, o sargento contou que jamais tinha passado por algo desse tipo e agora não sabe se vai voltar para a patrulha nas ruas. "A Polícia Militar perdeu um grande policial, e eu perdi um grande amigo. Não sei se volto. Fiquei muito abalado"

ENTREVISTA COM O SARGENTO EMANUEL

Como está sua recuperação?

Tenho que trocar o curativo da coxa (direita) todos os dias e nem uma muleta eu tenho para andar. Não estou conseguindo firmar a perna no chão. Fora isso, estou bem. Não precisei passar por cirurgia, porque a bala entrou e saiu.

E o trauma de ver o colega morrer, é grande?

Muito. Tenho quase 19 anos de Polícia e nunca tinha passado por isso. M. Costa era meu amigo, trabalhava com ele há quase um ano. Era um policial exemplar. Estou muito sentido. Ainda mais, porque pela forma como aconteceu, poderia ter sido eu. 

Afinal, de quem foi a arma que caiu? A sua, a de M. Costa ou Diego estava armado?

Não sei. Só a perícia vai poder apontar.

Você já prestou depoimento?

Ainda não, mas vou prestar. Soube que o motorista do ônibus já foi ouvido. Devo prestar depoimento nos próximos dias. 

Como está o outro soldado que estava na ação com vocês?

Fisicamente, ele está bem, mas também abalado psicologicamente. 

Diego parecia mesmo  estar fora de si? 

Sim. Ninguém normal vai confrontar policiais militares armados como ele fez. Digo mais: ainda bem que ele foi neutralizado porque o incidente poderia ter sido muito maior. Havia muita gente na frente do shopping, outras pessoas inocentes poderiam ter sido baleadas. 

O que você espera agora desse caso?

Espero Justiça. Soube que algumas pessoas já quiseram colocar Diego como estudante inocente e que tudo foi resultado da truculência da PM, mas não foi assim. Fui baleado defendendo a sociedade de algo que poderia ser pior. Meu colega morreu do mesmo jeito. Se aquele homem tivesse continuado armado, do mesmo jeito que ele atirou contra a gente, poderia ter matado outras pessoas. Tenho certeza disso. Foi legítima defesa nossa.

Pretende voltar para as ruas?

Não sei. Estou muito abalado. Já tinha participado de troca de tiros, mas nunca tinha sido baleado e nunca tinha visto um amigo meu morrer em ação. 



Fonte: tribuna do norte

“Desejo que Deus conforte o coração do Sargento Emanuel, e de todos os amigos e companheiros de M. Costa. É um momento bastante difícil que estamos passamos, mas Deus e próprio M. Costa não querem nos ver tristes. Simplesmente aconteceu, e a na nossa profissão estamos sujeitos a este fim. Que Deus abençoe a todos!”, Cabo Heronides.

Comentários

  1. Observando fatos dessa natureza, proponho fazermos uma paródia ao filme "Tropa de Elite", comumente ao livro "A Elite da Tropa".

    Um filme perfeito baseado nas histórias e nas ocorrências que de fato fazem o cotidiano de uma corporação sucateada, sofrida e má interpretada, até mesmo pelos próprios comandantes, que em suas mentes lavadas pela hierarquia e disciplina, acreditam mesmo que estão cumprindo com a missão constitucional.

    O título seria: "O Restante da Tropa".
    Mostraríamos verdadeiramente a realidade da Polícia Militar em todo o país, um documentário verdadeiramente in loco.

    Na verdade o material é bem farto, falta só o investimento. Não precisaria de roteiro, pois os fatos e as fotos/vídeos, falariam por si só. Haveria uma conexão e sequência de depoimentos com policiais vítimas do planejamento desastroso aplicado pelo Poder Público. A verdadeira corporação, então entraria em foco, mostrando as residências precárias dos seus integrantes, das péssimas condições de suas famílias, das dívidas que se acumulam nos seus holerites e comprovantes de rendimentos, ou seja, o profissional apresentaria as suas armas (defasagem de salários, más condições de trabalho, os eventos de assédios moral e sexual que sofrem rotineiramente intra quartéis e até fora deles, enfim a Polícia mostraria a sua real face.

    De uma coisa podemos ter certeza, que o récorde em salas de exibições, no Brasil e no exterior, seria imbatível, inclusive quebrando prêmios até de filmes exibidos e ganhadores do óscar americano em todos os tempos. Seria bom para todo mundo, para a Segurança Pública que seria passada a limpo, para a indústria cinematográfica, para o comércio, e, consequentemente para a economia nacional.

    Seria o ápice das telas nacionais e internacionais.

    Os artista ganhariam os seus prêmios, através do reconhecimento de sua situação, das providências que se sucederiam, e dos esclarecimentos ao povo brasileiro, que pela política do pão e circo aplicados pelos governantes desde a idade média, com destaque para as literaturas de Maquiavel, NÃO CONSEGUEM ENXERGAR MUITO ALÉM DESSA POLÍTICA DANOSA E NOCIVA.
    COMEÇANDO PELA ABERTURA DAS ÁRVORES DE NATAL (Z. SUL E NORTE) DESAGUANDO NAS OCORRÊNCIAS DO TIPO SGT EMANUEL/M. COSTA, E, DAS CONDIÇÕES DESUMANAS DESSAS BASES COMUNITÁRIAS.

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  4. A sociedade leva dias, meses ou anos analisando e criticando situações que os policiais tem segundos para decidir o que fazer. O juramento sagrado mais uma vez foi levado até as ultimas consequencias e pago o pior dos preços. Descanse em paz companheiro!

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