
Ficou decidido também que, a partir de hoje, nenhuma delegacia vai receber, nem transportar presos. Os policiais decidiram parar de custodiar presos, o principal ponto de reivindicação da paralisação.
Segundo a presidente do Sinpol, Vilma Marinho, entre as reivindicações, está a retirada dos presos das delegacias e o encaminhamento destes para cadeias públicas para que os policiais civis possam se restruturar e retomar o trabalho investigativo. De acordo com Vilma, há um desvio de função e os policiais civis estão exercendo funções de agente penitenciários. Para ela, os policiais precisam se livrar da função de custódia dos presos.
Cidadania
A representante do sindicato afirma que a restruturação da Polícia Civil está na pauta de reivindicações há dez anos e que o problema nunca foi resolvido. Ela disse que o sindicato se reuniu no dia 21 de outubro com o secretário de Justiça e Cidadania (Sejuc), Leonardo Arruda, mas que ele apenas alega que não tem onde colocar os presos e que a secretaria vai marcar uma audiência com a governadora Wilma de Faria, porém que nunca tiveram resposta sobre isso.
Vilma afirma que o sindicato propõe entregar os prédios das delegacias para o Estado, para que ele possa abrigar os presos, e que transfira as funções das delegacias especializadas para outros prédios. “Do jeito que foi feito com a DP de Candelária devia ser feitos nas outras delegacias, pelo menos a curto prazo”, disse.
Além da retirada dos presos das delegacias, a categoria ainda tem outras 11 reivindicações, entre elas a restruturação no plano de cargos e salários, o aumento do efetivo e a criação de um fundo financeiro. “A Polícia Civil não dispõe de equipamentos adequados, sofre com a carência de efetivo. Temos um déficit de mais de cinco mil policiais”, afirmou Vilma.
O sindicato reclama também das péssimas condições de trabalho e das delegacias. Além da superlotação, falta pessoal para realizar a limpeza, que acaba sendo feita até pelos próprios presos.
Governo e policiais conversam, mas não chegam a acordo
Em duas horas de reunião com dirigentes do Sindicato da Polícia Civil (Sinpol), o secretário estadual de Segurança Pública, Agripino Oliveira Neto, não conseguiu persuadir a categoria a desistir da decisão de não fazer mais a custódia de presos. “O que a Polícia Civil está pleiteando é mais do que justo e correto e respaldado em decisão judicial”, disse ele, mesmo ressalvando que as reivindicações “não são coisas simples e tão fácil” de se executar.
O secretário Agripino Neto confirmou, no começo da noite de ontem, que na manhã de hoje vai se reunir na Corregedoria Geral da Justiça para debater a questão da custódia de presos em delegacias, com representantes da Secretaria Estadual da Justiça e Cidadania (Sejuc) e do próprio Sinpol.
Agripino Neto também admitiu que a Sesed vai alugar prédios que possam abrigar as delegacias de Polícia de Natal e, gradativamente, ir repassando os prédios atuais, onde estão presos 655 pessoas na Região Metropolitana de Natal, para a responsabilidade da Sejuc.
Segundo o secretário, essas mudanças vão começar pela reforma da Delegacia de Macaíba, que depois de concluídas as obras, não terá mais nenhuma cela.
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