“Matéria publicada na revista época, dar uma visão geral da realidade da Segurança Pública no Brasil, mostra o que realmente nós policiais passamos seja dentro ou fora dos quartéis, aqui no Rio Grande do Norte esta realidade é totalmente igual apresentada nesta pesquisa”, comenta o Cabo heronides, diretor da ACS-RN.
RESUMO DA MATÉRIA PUBLICADA PELA REVISTA ÉPOCA:
Tortura, assédio moral, corrupção: é o que mostra a maior pesquisa já feita nas polícias do País.
Com 115 páginas, o estudo, cuja íntegra foi obtida em primeira mão por ÉPOCA, mostra, em números, não só quanto o policial brasileiro é despreparado, mas também como ele é humilhado por seus superiores, torturado nas corporações e discriminado na sociedade.
O levantamento revela quem são e o que pensam os policiais – e quais suas sugestões para melhorar a segurança no país. Se o diagnóstico feito pelos próprios agentes é confiável, a situação que eles vivem é desalentadora: um em cada três policiais afirma que não entraria para a polícia caso pudesse voltar no tempo. Para muitos deles, a vida de policial traz mais lembranças ruins do que histórias de glória e heroísmo.
Além da tortura, os policiais são vítimas de assédio moral e humilhações.
“A pesquisa demonstra que há um sofrimento psicológico muito intenso. Essa experiência de vida acaba deformando esses policiais, que tendem a despejar sobre o público essa violência”, diz o sociólogo Marcos Rolim, professor de direitos humanos do Centro Universitário Metodista e um dos autores do estudo. “Passamos os anos da ditadura encarando os policiais como repressores e defendemos os direitos humanos, mas nos esquecemos dos direitos humanos dos próprios policiais”.
A corrupção é prática comum na corporação, e os oficiais são até mais condescendentes com ela do que os praças.
São números que explicam por que a polícia é tão estigmatizada pela sociedade: 61,1% dos agentes dizem que já foram discriminados por causa de sua profissão. Tanta carga negativa faz com que policiais até escondam sua vida profissional.
A pesquisa que mostra velhos vícios também revela o desejo de mudança e derruba velhos mitos, como o de que há uma resistência grande dos agentes à unificação das polícias. Apenas 20,2% dos policiais se declararam a favor da manutenção do modelo atual, para 34,4% dos policiais ouvidos, o ideal seria a unificação das duas forças, formando apenas uma só polícia civil, dita “de ciclo completo” – ou seja, encarregada de patrulhar, atuar em conflitos e também de investigar os crimes.
Especialistas acreditam que a polícia unificada ajudaria a melhorar o índice de resolução dos crimes no país.
“O resultado mostra que há uma disparidade enorme entre o que dizem os comandos, algumas associações de policiais, os governos e o que quer a massa dos policiais. Os policiais querem a unificação. Se ficarmos ouvindo apenas as lideranças, estaremos manipulados por alguns grupos e lobbies que querem manter o estado atual porque se beneficiam dele”, diz o ex-secretário nacional de Segurança Luiz Eduardo Soares, coautor do estudo e também de livros como Elite da tropa e Espírito Santo.
A maior resistência à unificação vem dos oficiais da PM. Apenas 15,8% deles defendem o novo modelo de polícia. “Não só temos duas polícias, como também temos duas polícias dentro de cada polícia. A situação dos praças e dos agentes de polícia civil é muito diferente da dos delegados e dos oficiais”, diz Luiz Eduardo.
Hoje, um praça da PM que quiser ser oficial precisa fazer concurso. Ao passar, recomeça a carreira do zero. Quem chega a sargento não vira oficial, a menos que concorra também com os civis, fazendo provas. Na Polícia Civil acontece o mesmo. Um detetive que queira ser delegado, hoje, tem de fazer um concurso e concorrer com qualquer advogado que não seja policial. “Esse advogado recém-formado chega às delegacias mandando em agentes que têm 30 anos de polícia e é boicotado. Temos milhares de detetives que são formados em Direito, mas não viram delegados”, diz Soares.
A baixa produtividade da polícia vem, ainda, da falta de treinamento, 15% de nossos policiais estão nas ruas armados sem ter feito curso de tiro.
“A formação é completamente deformada. Sabemos que 95% dos casos que precisam de PM não são de confrontos, mas a polícia continua a ser tratada como se fosse um Exército que precisa estar preparado para a pronta resposta”, diz Soares.
O levantamento realizado por Soares, Rolim e pela socióloga Silvia Ramos foi feito com cerca de 10% de todos os agentes policiais do país, incluindo guardas municipais e agentes penitenciários. A pesquisa teve o apoio do Ministério da Justiça e da ONU. Segundo Soares, foram respeitadas as proporções de agentes em cada função e nos Estados, para ter um retrato mais fiel da situação da polícia.
“A polícia hoje está doente e coloca a sociedade em risco. Esse modelo já demonstrou que não dá ao cidadão a resposta adequada, e a prova disso está nas ruas todos os dias. É preciso fazer alguma coisa já”, comenta Wanderley Ribeiro, de 60 anos, hoje presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
VEJA MATÉRIA COMPLETA:
Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI103493-15223-1,00-NOSSOS+POLICIAIS+ESTAO+SOFRENDO.html
RESUMO DA MATÉRIA PUBLICADA PELA REVISTA ÉPOCA:
Tortura, assédio moral, corrupção: é o que mostra a maior pesquisa já feita nas polícias do País.
Com 115 páginas, o estudo, cuja íntegra foi obtida em primeira mão por ÉPOCA, mostra, em números, não só quanto o policial brasileiro é despreparado, mas também como ele é humilhado por seus superiores, torturado nas corporações e discriminado na sociedade.
O levantamento revela quem são e o que pensam os policiais – e quais suas sugestões para melhorar a segurança no país. Se o diagnóstico feito pelos próprios agentes é confiável, a situação que eles vivem é desalentadora: um em cada três policiais afirma que não entraria para a polícia caso pudesse voltar no tempo. Para muitos deles, a vida de policial traz mais lembranças ruins do que histórias de glória e heroísmo.
Além da tortura, os policiais são vítimas de assédio moral e humilhações.
“A pesquisa demonstra que há um sofrimento psicológico muito intenso. Essa experiência de vida acaba deformando esses policiais, que tendem a despejar sobre o público essa violência”, diz o sociólogo Marcos Rolim, professor de direitos humanos do Centro Universitário Metodista e um dos autores do estudo. “Passamos os anos da ditadura encarando os policiais como repressores e defendemos os direitos humanos, mas nos esquecemos dos direitos humanos dos próprios policiais”.
A corrupção é prática comum na corporação, e os oficiais são até mais condescendentes com ela do que os praças.
São números que explicam por que a polícia é tão estigmatizada pela sociedade: 61,1% dos agentes dizem que já foram discriminados por causa de sua profissão. Tanta carga negativa faz com que policiais até escondam sua vida profissional.
A pesquisa que mostra velhos vícios também revela o desejo de mudança e derruba velhos mitos, como o de que há uma resistência grande dos agentes à unificação das polícias. Apenas 20,2% dos policiais se declararam a favor da manutenção do modelo atual, para 34,4% dos policiais ouvidos, o ideal seria a unificação das duas forças, formando apenas uma só polícia civil, dita “de ciclo completo” – ou seja, encarregada de patrulhar, atuar em conflitos e também de investigar os crimes.
Especialistas acreditam que a polícia unificada ajudaria a melhorar o índice de resolução dos crimes no país.
“O resultado mostra que há uma disparidade enorme entre o que dizem os comandos, algumas associações de policiais, os governos e o que quer a massa dos policiais. Os policiais querem a unificação. Se ficarmos ouvindo apenas as lideranças, estaremos manipulados por alguns grupos e lobbies que querem manter o estado atual porque se beneficiam dele”, diz o ex-secretário nacional de Segurança Luiz Eduardo Soares, coautor do estudo e também de livros como Elite da tropa e Espírito Santo.
A maior resistência à unificação vem dos oficiais da PM. Apenas 15,8% deles defendem o novo modelo de polícia. “Não só temos duas polícias, como também temos duas polícias dentro de cada polícia. A situação dos praças e dos agentes de polícia civil é muito diferente da dos delegados e dos oficiais”, diz Luiz Eduardo.
Hoje, um praça da PM que quiser ser oficial precisa fazer concurso. Ao passar, recomeça a carreira do zero. Quem chega a sargento não vira oficial, a menos que concorra também com os civis, fazendo provas. Na Polícia Civil acontece o mesmo. Um detetive que queira ser delegado, hoje, tem de fazer um concurso e concorrer com qualquer advogado que não seja policial. “Esse advogado recém-formado chega às delegacias mandando em agentes que têm 30 anos de polícia e é boicotado. Temos milhares de detetives que são formados em Direito, mas não viram delegados”, diz Soares.
A baixa produtividade da polícia vem, ainda, da falta de treinamento, 15% de nossos policiais estão nas ruas armados sem ter feito curso de tiro.
“A formação é completamente deformada. Sabemos que 95% dos casos que precisam de PM não são de confrontos, mas a polícia continua a ser tratada como se fosse um Exército que precisa estar preparado para a pronta resposta”, diz Soares.
O levantamento realizado por Soares, Rolim e pela socióloga Silvia Ramos foi feito com cerca de 10% de todos os agentes policiais do país, incluindo guardas municipais e agentes penitenciários. A pesquisa teve o apoio do Ministério da Justiça e da ONU. Segundo Soares, foram respeitadas as proporções de agentes em cada função e nos Estados, para ter um retrato mais fiel da situação da polícia.
“A polícia hoje está doente e coloca a sociedade em risco. Esse modelo já demonstrou que não dá ao cidadão a resposta adequada, e a prova disso está nas ruas todos os dias. É preciso fazer alguma coisa já”, comenta Wanderley Ribeiro, de 60 anos, hoje presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
VEJA MATÉRIA COMPLETA:
Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI103493-15223-1,00-NOSSOS+POLICIAIS+ESTAO+SOFRENDO.html
Parabéns por sua opinião crítica a respeito desses absurdos comentidos contra os policiais. Muitos policiais bons acabam aderindo à corrupção por causa de seus superiores. Seu trabalho é muito importante para mudar essa realidade que cada vez mais afasta a polícia da sociedade
ResponderExcluirSENTI NA PROPIA PELE Q UM OF DERTEMINOL Q CUMPRICE UMA 0RDEM,E POR PURA DISPLICENCIA NÃO CUMPRI A ORDEM INTEGRAL ,TENTEI ME JUSTIFICAR OA OF O MESMO COM SEU NARIS INPINADO MANDOU EU CALAR A BOLCA E ME RETIRA DO LOCAL CITADO EM SEGUIDA O MESMO INFORMOU Q IRRIA DA UMA PARTE POR FALTA DESCUMPRIMENTO DE ORDEM.
ResponderExcluirIr tirar o serviço tem se tornado uma tarefa enfadonha, cansativa, desestimulante e infernal, pois temos uma policia que não valoriza seus profissionais, temos gestores, os oficiais, que ao invés de dar suporte aos que ficam na linha de frente, os tratam com desprezo, com arrogância, sem profissionalismo. É verdade que há aqueles que mancham a nossa gloriosa, mas que sejam eles que sofram as conseqüências e não todos os demais. Temos uma Policia que não se preocupa em planejar a carreira do policial, pois hoje o mesmo entra Soldado e morre Soldado, por não ter um plano de carreira. É como eles mesmos afirmam em baixa voz: - A Policia é dos Oficiais, o resto é resto. Vemos dioturnamente o policial ser massacrado pelos seus superiores, parece até que sentem prazer com o sofrer alheio ou que ganham comissão para fazê-lo. Quanto a sociedade, é outra que desestimula o nosso profissionalismo, recentemente um cidadão foi a nossa Companhia para reclamar de uma ocorrência e de um objeto que tinha dado a um determinado Militar e queria saber quando o mesmo estava de serviço, isso era um sábado, ao ser informado que somente na segunda seria possível manter o contato, o mesmo falou em tom de desprezo para os que estavam com ele: - Se deixar para segunda não recuperaremos mais o objeto. Aquelas palavras entraram no meu coração com tanta tristeza que às vezes eu me pergunto o porquê de está trabalhando em prol da sociedade, uma sociedade que na minha cara me chama de ladrão, de desonesto. Imagino o que ela não fala nas minhas costas. Isso não é um incidente isolado, pois tenho presenciado em minha labuta de caserna, quando estou sem uniforme, que a sociedade massacra e crucifica a policia, que ainda a chama de passa fome, de miseráveis, de meganha, palavra que não sei o que significa e tenho receio de procurar saber. A policia mudou, seus soldados mudaram. A nossa mentalidade é outra, o nosso conhecimento e infinitamente maior, se comparado a alguns anos atrás, que se entrava para a PM quando não tinha mais para onde ir trabalhar. Somos infinitamente mais instruídos, pois buscamos o conhecimento dia a dia, nos aperfeiçoamos, apesar das dificuldades, da discriminação, da crucificação dos companheiros de farda e da sociedade que constantemente nos afronta. Somos mais que vencedores em Cristo Jesus
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