É do conhecimento de toda a sociedade que a Polícia Militar é responsável pela preservação dos direitos constitucionais do cidadão bem como pela manutenção da ordem pública (Artigo 144, Parágrafo 5º, § IV e V, do Código Penal Brasileiro). Mas quem garante os direitos dos policiais militares? Esse questionamento vem desde o período da Ditadura Militar, mas se faz presente nesse momento devido ao fato do serviço prestado a sociedade de um modo geral estar deixando a desejar, uma vez que dentro das unidades militares a ditadura em si ainda não acabou.
Acredito que o grande questionamento deveria ser: “Onde são resguardados os direitos de TODOS OS CIDADÃOS?” e também “O POLICIAL TAMBÉM É UM CIDADÃO?”. A partir dessa tomada de raciocínio, poderemos pensar em uma política pública que beneficie, de fato, todos os cidadãos, sejam eles policiais ou não.
Acredito que o grande questionamento deveria ser: “Onde são resguardados os direitos de TODOS OS CIDADÃOS?” e também “O POLICIAL TAMBÉM É UM CIDADÃO?”. A partir dessa tomada de raciocínio, poderemos pensar em uma política pública que beneficie, de fato, todos os cidadãos, sejam eles policiais ou não.
E se abrirmos outro questionamento do tipo “Como preservar os direitos dos outros, se os deles não são preservados?”. Essa incógnita vem à tona quando se observa o regulamento disciplinar aplicado ás forças militares estaduais ou federais. Vocês sabiam que os militares só podem contrair matrimônio com a autorização do seu Comandante? Ou que é obrigado a, se estiver sentado, ceder o seu lugar ao superior? Ou que, só pode freqüentar faculdade ou qualquer curso se tiver o aval do Comando das unidades? Talvez ninguém tenha conhecimento dessas aplicações penais, mas está tudo previsto no Regulamento Disciplinar das forças armadas e auxiliares, podendo os militares serem privados de sua liberdade, caso não cumpra as citações acima elencadas. Aos que pensam o contrário, os militares não têm liberdade de expressão, direito a freqüentar sindicatos ou associações, direito a questionar uma ordem, mesmo que esta seja absurda, dentre outros, sob pena de prisão em flagrante e de responder processo crime na Auditoria Militar, criando uma espécie de prisão sem grades a todos os integrantes das corporações. É público e notório que o fato de alguns policiais atenderem aos cidadãos com certa arrogância é fruto das repressões e arbitrariedades aplicadas dentro das unidades militares, o que estressa o policial e abre precedentes para um atendimento de péssima qualidade. O sucateamento do material usado para o serviço e o não uso de armas não letais apenas contribuem para o mau funcionamento do serviço policial prestado à sociedade, porém as aplicações penais aliados ao tratamento desumano a qual os militares são submetidos são os principais fatores que levam a arrogância e a truculência dispensadas ao atendimento a população. É só fazer o comparativo: que serviço pode prestar um policial que trabalha vinte e quatro horas de serviço e, em sua folga, que já é mínima, quase que imperceptível, efetuar policiamento em eventos culturais e esportivos, sob pena de ser privado do segundo maior bem que lhe é dado pelo ser supremo, que é a sua Liberdade?
Resumindo, ao invés de qualificar o policial ou lhe prestar apoio nas horas em que mais precisam, utiliza-se de meios truculentos e arbitrários para obrigá-los a prestarem um bom serviço. Não acredito que a repressão contribua de nenhuma maneira para ajudar qualquer ser humano em suas funções profissionais. Ao oposto disso, somente ajudam para o excesso de militares dispensados de suas funções, ou que cometam crimes e contravenções, ou que tenham problemas como alcoolismo e dependência química. Só no combate a esse desrespeito aos direitos fundamentais do ser humano praticados dentro das unidades militares, que ira abrir-se as portas para aproximar as polícias das comunidades, e obter êxito no serviço prestado pelas organizações policiais: deixarem de ser meros FANTOCHES DOS POLÍTICOS LOCAIS.
Vamildo Fernando Pierre Elias
Soldado da Polícia Militar do RN
Vamildo Fernando Pierre Elias
Soldado da Polícia Militar do RN
Concordo plenamente, parabéns pelo artigo, ficou ótimo!!!!
ResponderExcluirCom certeza. Essa idéia um dia vai ter que acabar!!!!
ResponderExcluirTeoria interessante e devo usá-la como tese em meu doutorado, parabéns!!!! Se tiver mais artigs, publique-os.
ResponderExcluirAbraços